quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Carta do FSM-2008 - Juiz de Fora - MG

A decisão de descentralizar o FÓRUM SOCIAL MUNDIAL cumpriu o seu papel e o conjunto de atividades de Juiz de Fora demonstra isso de forma plena. Discutimos ao longo do sábado temas de importância e peso para o conjunto das forças populares tanto na realidade de nosso País, como da América Latina e a problemática do Meio-ambiente, vital para todo o mundo.O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL contrapõe-se à verdade absoluta e religiosa do neoliberalismo e mostra a possibilidade um outro mundo possível.Os princípios básicos do FORUM SOCIAL MUNDIAL como alternativa se manifestaram na diversidade dos pontos de vista aqui apresentados. Não temos as respostas como bem o disse o professor Paulo Roberto Figueira Leal (Professor da Faculdade de Comunicação da UFJF), mas temos todas as perguntas e todo o caminho da utopia a ser percorrido sem medos e com a consciência que somos capazes de transformar a história de cada tempo das forças populares num mundo onde maior seja a igualdade social sem prejuízo da liberdade.Foi possível debatermos os vários aspectos da depredação do ambiente. Mostrarmos que a realidade da destruição ambiental afeta a vida e coloca em risco a própria espécie humana, tanto quanto encontrarmos a esperança que a o processo de organização e formação popular, resultantes da conscientizaçã o, define quem são os predadores, a quem interessa as várias formas de destruição ambiental e encontrarmos ao final a esperança e dela a disposição de luta.A luta é uma das determinações históricas do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, pois só assim outro mundo será possível. A realidade próxima, vizinha de cada um de nós no tema América Latina, no passado vivo e ainda presente das ditaduras pela palavra de uma ativista cuja história é a síntese de tantas outras histórias, sinalizando coragem e permanência dos valores populares e do desejo de igualdade quaisquer que sejam as suas interpretações.Compreendermos o espírito de latinidade vivo e a importância da integração para que tenhamos ar e possamos sobreviver no mundo dos impérios não importa que dimensões tenham.Marchamos com a história à mão como o hino de resistência de Geraldo Vandré.Fizemos a hora. Continuaremos a fazê-la na perspectiva do sonho.No próximo ano teremos a edição do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL em Belém do Pará. O comitê organizador percebeu que o Brasil é como se fora um tambor do mundo. O que aqui se faz, pelas dimensões continentais do País, pela imensidão e diversidade cultural, pela Amazônia, pelas características do brasileiro, um país de muitos países, justifica por si só o debate final. Os caminhos de um Brasil que tem na presidência da República um trabalhador, sem juízo de mérito, mas que significa uma ruptura que, decididamente, desagrada e assusta as elites. E, diga-se de passagem, que as nossas, as elites brasileiras, ainda são escravagistas em sua imensa e esmagadora maioria.O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL é mais que denúncia, que constatação e não nenhuma camisa de força partidária ou ideológica a engessá-lo, ou a anestesiá-lo. É o instrumento de construção de um outro possível pela pluralidade dos sonhos, mas todos resguardados no desejo consciente de liberdade e justiça social, de igualdade.A Carta de Juiz de Fora, que fará parte do documento final do FSM, realizado simultaneamente em várias cidades do mundo, representando essa diversidade e o conjunto de sonhos e utopias, é parte de um imenso pulmão que se forma desde 2001, data do primeiro FSM na busca de um ar rarefeito no modelo neoliberal, mas presente em cada manifestação por diferente que seja, todas pautadas na convicção de um outro mundo possível.Reafirmamos aqui os nossos compromissos com esse pulmão. Juiz de Fora, 26 de janeiro de 2008.

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