terça-feira, 3 de maio de 2011

O RELÓGIO DO ITAÚ E A IGNORANTOCRACIA PAULISTANA




Ora, ora – ou melhor, “hora, hora” –, meus senhores! Quanta ignorância!

Sabemos que a idéia surgiu a pretexto de se fazer cumprir a chamada “Lei Cidade Limpa”, considerada como quase excelente pela maioria dos paulistanos e por nós também. Contudo, ninguém conseguirá deletar o nome do relógio que é um dos símbolos da Capital Paulista, o conhecidíssimo Relógio do Itaú, nome este já imortalizado pela bonita composição “Noturno em São Paulo”, de Cido Bianchi e Sérgio Lima, eternizada na linda voz de Dick Farney.

Ao longo de tantos anos, transitando à noite por nossa principal avenida, na qual cheguei a residir, ao passar por aquele monumento marcador de horas e informante da temperatura, não raro saltavam de minha memória os inspirados versos daquela canção: “Na cordilheira da Paulista o relógio do Itaú me diz / Que eu estou a 15 graus de ser feliz”!

Normalmente não me presto a defender instituições bancárias e muito menos o interesse de banqueiros. Entendo, no entanto, que se algo de muito útil e valioso o Banco Itaú vem proporcionando a São Paulo, há que ser ressaltada a manutenção desse verdadeiro ícone que é seu relógio. A Instituição merece, por isso, ter seu nome atrelado à monumental estrutura de 72 toneladas de ferro, com 15 metros de altura e 2.470 metros quadrados cobertos por lâmpadas que, acendendo e apagando, nos informam inclusive a quantos graus estamos de ser felizes!

Instalada a polêmica, partimos para a leitura da Lei Cidade Limpa e do decreto que a regulamentou, quando constatamos que tratam de nomes e logomarcas, mas não há disposições sobre cores. Assim, se para cumprimento da lei forem retiradas as letras, que ao menos permaneçam as cores. E que, com isso, a Instituição continue tendo motivo para a manutenção deste presente para os paulistanos, para os que nesta cidade vivem ou sobrevivem, ou para os que visitam tão pulsante metrópole. Tão pulsante quanto as milhares de lâmpadas do Relógio do Itaú.

Carlos E. F. Vecchio

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